quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Faltou um capacete? Sim. Sobraram violência e imbecilidade!

Este texto tem origem na morte do Sr. Santiago Ilídio Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, durante um conflito entre vândalos e a Polícia Militar (PM) próximos da Centra do Brasil, localizada no Centro do Rio de Janeiro. Desde já deixo meus pêsames aos familiares do Sr. Andrade.
Não pretendo entrar outros assuntos ligados a essa manifestação, talvez possa até abordar alguns desses assuntos em outro texto, mas vou me restringir a questão da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para jornalistas, que foi apontada como principal fator para que ocorresse a morte do citado profissional, além de temas correlatos.
Como base do argumento para a falta do capacete, usarei este texto: "E se o cinegrafista estivesse de capacete?", do Sr. Paulo Nogueira.
Porém, antes de iniciar o texto, quero deixar claro que possuo pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Sendo assim, estou falando como especialista no assunto, segurança do trabalho, e não como leigo, como muitos que estão apontando a falta de capacete como fator primordial para o óbito do profissional, se esquecendo que o problema principal não foi a falta de um capacete, mas a presença de um rojão de vara, também conhecido como treme terra, e que chamo de morteiro. Dito isto, vamos ao texto.

Agora os esquerdistas querem capacetes para jornalistas!
O Sr. Nogueira coloca a imagem abaixo e começa a praticar o apelo ao uso do capacete por parte dos jornalistas em manifestações. Ele chega a citar o caso de pessoas que cobrem as manifestações e utilizam capacete e máscara de gás.
O foco dos esquerdistas são os capacetes dos jornalistas que prestavam os primeiros socorros, não a vítima...
Fonte: Reprodução/Internet.
O Sr. Nogueira chega ao ponto de fazer uma comparação descabida onde diz:
Não usar capacete, em protestos como os de hoje, equivale a andar de carro sem cinto de segurança. Pode não acontecer nada. Mas pode também terminar em lágrimas que poderiam ser evitadas.
Pois bem, gostaria que vocês observassem o mesmo capacete que o Sr. Nogueira chama a atenção na foto em que coloca em seu texto, mas em outra foto.
Já que querem, vamos falar de capacetes.
Fonte: Reprodução/Internet.
Reparem que o capacete sugerido pelo Sr. Nogueira como uma possível proteção não cobre a  nuca, tão pouco a região do pescoço do jornalista estrangeiro. Esta informação será importante na análise da próxima imagem.
Trajetória percorrida pelo morteiro e o ponto em que este explode.
Fonte: Reprodução/Agência O Globo (Adaptadas).
Obs.: As fotos tiveram que ser "assinadas" pela Agência O Globo porque o profissional que as tirou tem medo de represália, não da Polícia, mas dos manifestantes "pacíficos".
Pode-se observar nas duas fotos acima que o morteiro explode na região da nuca/pescoço. Ou seja, aquele capacete exaltado pelo Sr. Nogueira, utilizado pelos jornalistas estrangeiros, em nada seria efetivo como proteção contra um morteiro deixado no chão e que saísse sem direção, podendo tanto seguir junto ao chão, como subir até a altura da cabeça das pessoas, o que infelizmente aconteceu. Talvez o capacete sugerido pelo Sr. Nogueira sirva contra pedradas e pauladas, dependendo do ângulo em que forem desferidas, mas nada é garantido quando se trata de atos irresponsáveis por parte de vândalos.

Manifestações pacíficas com atos violentos?
Então, nesta parte do texto quero abordar um pouco sobre o que são essas manifestações para em seguida falar sobre a necessidade de EPIs para jornalistas.
A imprensa de modo geral noticia essas manifestações como pacíficas e que terminam com atos violentos. Será que são isso mesmo? Podem notar que são raras as manifestações onde não existam conflitos entre "manifestantes" e a Polícia.
Não estou querendo justificar, muito menos falar que a Polícia não cometa excessos ou até em alguns casos comece os conflitos. Mas para quem não percebeu, estes conflitos são uma tática muito utilizada pela esquerda para se fazer de vítima após as manifestações. A esquerda quer exatamente a reação violenta da Polícia para exigir a desmilitarização e até o fim desta.

EPIs para jornalistas, são realmente necessários?
Então, na imagem abaixo podemos observar um jornalista e um cinegrafista trabalhando durante a guerra do Afeganistão. Ou seja, em uma guerra real! Não em uma manifestação! Assim, o uso do capacete e colete não é uma opção, mas uma obrigação. O que também não garante muita coisa, dependendo do tipo de ataque que estiverem presentes.
Em alguns casos os jornalistas utilizam EPIs de uma cor diferenciada, se não me engano azul, e podem ter a informação escrita, como "Press", ou no caso do Brasil "Imprensa". Isto ocorre para que não sejam alvos.
Jornalista e cinegrafista trabalhando durante a guerra do Afeganistão.
Fonte: Reprodução/Internet/US Army on Flickr.
Agora vamos a resposta para a pergunta que é título dessa parte do texto. Se as manifestações fossem pacíficas, a resposta seria não. Mas do jeito que são, quase uma guerra urbana, estes se fazem necessários sim. Mas como demonstrarei, a escolha dos EPIs é responsabilidade de um profissional habilitado, não é questão de achismos de esquerdistas que agora têm sangue de um inocente nas mãos e querem por a culpa em terceiros.
Na imagem abaixo vocês podem observar um capacete para Tropa de Choque, reparem bem no capacete. Vocês já devem notar uma coisa muito importante neste capacete. Se não notarem, não fiquem aflitos, explico em seguida.
Capacete da Tropa de Choque.
Fonte: Reprodução/SOSSul.
Repararam na parte de trás do capacete? Viram que existe uma aba para proteger a nuca e parte do pescoço? Então, seria uma capacete desse tipo que poderia evitar que o morteiro atingisse o Sr. Andrade. E digo poderia porque essa proteção é efetiva se a pessoa se manter em pé e não abaixar a cabeça. Também dependeria do ângulo em que o morteiro atingisse a vítima e outras variáveis. Não é um simples, use um capacete e estará a salvo de todos os perigos.
E do jeito que os esquerdistas ficaram exigentes sobre proteção a jornalistas, daqui a pouco estes terão que se proteger como polícias, como pode ser visto abaixo. Mas claro, sem o cassetete!
Equipamentos de proteção para Tropa de Choque.
Fonte: Reprodução/MXPRO.
Como já falei, se as manifestações fossem realmente pacíficas, nenhum EPI seria necessário. Mas isto é um problema cultural. Brasileiros não sabem como se manifestar, e estão acostumados/acostumando com a violência durante as manifestações, por mais que a reprovem. Sem falar que existem os casos onde a violência é planejada e desejada por parte dos líderes das manifestações. Ai não existirá opinião popular que segure a violência.
E para finalizar, deixo apenas duas perguntas: se os jornalistas de algumas emissoras, revistas e jornais já são hostilizados quando presentes em manifestações, o que aconteceria se estes fosse visualmente identificáveis por parte dos mais exaltados que os xingam e quase chegam as vias de fato? Estes profissionais teriam que se retirar, como acontece muitas vezes, ou poderiam trabalhar em paz? Caso alguém queira respondê-las, o espaço dos comentários está aberto.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Um beijo e vários pontos a serem observados

Começo o texto avisando que não pretendo agradar a nenhuma das partes envolvidas no assunto, ou seja, é muito provável que gostem de algumas partes e odeiem outras. Com este aviso, vamos a "polêmica"!

Vamos começar pelo primeiro...
Beijo entre Félix e Niko na novela "Amor à vida".
Fonte: Reprodução/Rede Globo.
O beijo entre Félix e Niko, respectivamente Matheus Solano e Thiago Fragoso, pode ter sido o primeiro beijo gay em uma novela da Rede Globo, mas não foi o primeiro da televisão brasileira. Não me lembro bem quando comecei a assistir novelas, mas teve um longo período em que parei de assistir e praticamente acompanhar o que acontecia. Assim, não tenho como falar se foi o primeiro ou não, mas Bianka Carbonieri escreveu, em 9 de setembro de 2012, sobre o primeiro beijo gay na TV. Assim, passo a alguns comentários e questionamentos.
Lembro de ver alguns programas na MTV Brasil, onde a proposta de um desses programas era arrumar um namorado ou uma namorada para os participantes. Lembro de programas dedicados aos homoafetivos*, onde rolavam beijos sem nenhum problema, mas a MTV Brasil era um canal de TV por assinatura e de público restrito né? Ou seja, assistia quem desejava, não é como a Rede Globo.
Como falei, teve um longo período em que não acompanhei mais nenhuma novela, mas acabava assistindo algum capítulo em um dia ou outro. E de um tempo para cá tenho notado a presença de casais homoafetivos, sejam casais gays ou lésbicos. E falando de casal lésbico, lembro que o beijo lésbico da novela "Amor e revolução", do SBT causou certo debate, muito antes do beijo da Globo, mas nada como o beijo da novela "Amor à vida".
Beijo entre Marcela e Marina na novela "Amor e revolução".
Fonte: Reprodução/SBT.
Pra começo de conversa, não é o primeiro beijo gay em novela. Já houve um lésbico numa do SBT, não? Segundo consta — e não vi mesmo —, há duas jovens se pegando no BBB, com beijos de boca destrancada, não é isso? Duas questões, então, se colocam:
– beijo gay de mulheres não vale? Não é revolucionário o bastante?
– beijo entre mulheres não provoca frisson político? Por que não?
Explico. Porque as mulheres, vejam vocês, ainda são, sim, discriminadas de várias formas no país e na política. A militância gay — e não venham torrar a minha paciência com mimimi — não gosta muito das lésbicas, como elas sabem e como eles sabem. Mais: o beijo lésbico não gera muita confusão porque, no fim das contas, boa parte da macharia “curte o lance” — não é mesmo? E as mulheres são oferecidas, a exemplo do que ocorre no BBB, à “espiação” (se me permitem, com “s” mesmo…) e à expiação. Ou por outra: o rala-e-rola entre as moças serve ao voyeurismo masculino; aquele feito por homens não costuma excitar a imaginação das mulheres — não há testemunhos a respeito que eu saiba; não interessa aos homens heterossexuais e é dirigido exclusivamente ao público gay — aos, em suma, homens, que seguem sendo protagonistas, porque homens, da militância gay.
Continuando com o leitura do texto do Reinaldo Azevedo, chega-se em um ponto importante, o qual fiz comentário em meu perfil no Facebook. Aquele selinho entre Félix e Niko abriu precedente para um beijo de verdade, com direito a língua, como foi o beijo entre as personagens da novela do SBT, ou todos os que vierem serão "meigos", "bonitos", "sem apelação" e afins? Aliás, qualquer casal, seja hétero ou homo, se beija daquele jeito na intimidade?
Outro ponto, nas novelas mostra-se beijos de um casal hétero, onde um aparece quase engolindo o outro, e em alguns casos acaba com a introdução de cena de sexo, ainda nada muito explícito, quer dizer, acho que ainda não rolou nada muito explícito na TV em tal horário né? Porque já vi cenas de mini-séries que mais um pouco acabam com classificação de 18 anos, mas vou falar um pouco sobre isso mais a frente. Então voltando, será que alguma emissora irá mostrar uma cena assim entre um casal homo? Ou seria ofensivo demais a audiência ver um casal homo se beijando e dando a entender que irão fazer sexo? Ou casais homo vivem de selinhos e não praticam sexo?
Assim, entro em outra questão, para que servem as novelas? Será que o público influencia na trama das novelas? Será que existe uma agenda sobre o que deve ser abordado nas novelas? Em um segundo texto, Reinaldo Azevedo fala um pouco sobre isso, e lembro deste texto do Fábio Garcia, Top 26: Campanhas sociais que não deram certo em “Amor à Vida”. No final do segundo texto do Reinaldo Azevedo, pode-se ler o seguinte:
Se há alguém desarvorado com o risco de que haja um surto de gayzismo por causa da novela, pode relaxar. Não vai acontecer. Talvez uns e outros resolvam, seguindo a agenda, se beijar em público, estimulados pelo proselitismo. E daí? Se você não gosta de ver, vire a cara e cuide de sua vida. Não é da sua conta. [...]
Como vou explicar isso para uma criança...
Um dos argumentos utilizados pelos religiosos para tentar vetar o beijo de um casal homo é de que seria difícil de uma criança entender. E isso me fez lembrar de um questionamento que vi pelo Facebook. Como explicar a uma criança a cena reproduzida na imagem abaixo?
Aline esfaqueia Ninho, cena da novela "Amor à vida".
Fonte: Reprodução/Rede Globo.
Alguém saberia me dizer qual era a classificação indicativa, ou seja, a faixa etária do público para a qual a novela "Amor à vida" foi definida?
Para quem não sabe, a novela foi classificada como não recomendada para menores de 12 anos, que pode ocupar a faixa de horário das 20 h às 6 h. Sei que a Wikipedia não é a melhor fonte, mas a descrição desta classificação é a seguinte:
O filme e/ou programa de TV é recomendado para pessoas com mais de 12 anos de idade. Pode conter nudez sem mostrar partes íntimas (opaca ou velada), insinuação de sexo e masturbação, beijo erotizado com carícias íntimas, linguagem obscena, depreciativa, chula, de baixo calão e de conteúdo sexual, gesto obsceno, estigma, agressão verbal, violência (assassinato, presença de sangue, lesão corporal, agressão física, maus tratos a animais, sofrimento da vítima), tensão, exposição de pessoas em situação constrangedora ou degradante, conflitos psicológicos, narração detalhada de crime e atos agressivos, exposição de cadáver, consumo de drogas lícitas e álcool, e insinuação de consumo de drogas ilícitas.
Podemos concluir que "Amor à vida" não é um programa destinado a crianças né? Então, antes de tentarem utilizar o argumento de como irão explicar, seja a cena do beijo ou a das facadas, reflitam se crianças deveriam estar assistindo a tal programa. Porém, a classificação indicativa é um auxílio do governo para que as pessoas possam se situar em relação ao programa, mas todos tem o livre arbítrio de assistir o que quiserem, e caso sejam pais, deixarem as crianças assistirem ou não. O governo não pode entrar na sua casa e mandar em você ou na sua família!
Tocando no assunto livre arbítrio, se você não gosta de certos programas, não tem obrigação nenhuma de assistir. Assim como também não tem obrigação de se posicionar sobre tudo neste mundo. A não ser que você seja uma pessoa "polêmica", ai irão correr atrás da sua opinião. E para que fazem isso? Para ter manchete para vender "notícia". Será que isso é válido?

Se você não viu o beijo na novela, é porque você é homofóbico!
Vi pessoas falando de boicote ao último capítulo da novela devido ao beijo, quando foi anunciado que este não bateu o recorde de audiência. Pela prévia do Ibope, o último capítulo obteve 44 pontos, enquanto o maior índice foi de 48. Vale lembrar que este índice é baseado em medições do Estado de São Paulo e extrapolados para o Brasil. Será que o Ibope é tão importante assim? Será que é realmente representativo em relação ao país?
Mas vamos a alguns questionamentos sobre o suposto boicote. As pessoas são obrigadas a assistirem o que não desejam? É válido taxar as pessoas por não desejarem assistir algo? Onde fica o livre arbítrio das pessoas de assistirem o que desejam?
Só assisti o último capítulo para ver como seria o tal beijo, e fiquei decepcionado por ser um selinho demorado. Para mim não foi nada demais. Porém, para muitos foi uma vitória e um sinal de mudança para o país.
Opinião de Jean Wyllys sobre o beijo na novela, mas sem provocar os opositores não vale né?
Fonte: Reprodução/Twitter.
Assim, creio que o tal beijo não mudou efetivamente nada no país, pessoas preconceituosas continuarão com seus preconceitos, sejam estes velados ou escancarados. Bem, talvez tenha mudado para algumas pessoas, li relatos de que alguns pais tentaram se redimir com seus filhos homoafetivos. Mas será que é uma aceitação verdadeira ou medo do que pode acontecer quando ficarem idosos e/ou talvez dependentes dos filhos?
Alguém acredita que o César, Antonio Fagundes, magicamente aceitou o filho? A novela tinha que acabar e não poderiam deixá-lo como homofóbico né? Séria muito feio o filho fazer de tudo para que o pai tivesse uma vida agradável e este o tratasse mal até a morte né?
É nessas horas que as pessoas devem se lembrar que novela é uma obra de ficção! Quantos pais passam o resto de suas vidas sem aceitar o filho homoafetivo? Isso quando o filho pode assumir sua homoafetividade! Alguns pais acabam até desrespeitando e/ou tornando a vida do filho um inferno quando descobrem. Existem pais que tiram direitos legais, como o de herança, de seu filho pelo fato de ser homoafetivo. E vale lembrar que alguns pais lutam contra o companheiro de seu filho, quando este morre, para tomar o que estes construíram em vida. Então tenho que discordar dessas pessoas que acham que um beijo em uma novela irá resolver várias situações complexas, se esquecendo que existem Leis que precisam de mudanças para que algumas dessas situações não aconteçam mais. Só para deixar claro, sou a favor das liberdades individuais, assim sendo, sou a favor da união homoafetiva, com todos os direitos que qualquer casal hétero tem. Só não vou entrar no debate se devem chamar de casamento ou não, isso pode ficar para outra oportunidade.

Félix, teve um final feliz, mas ele não teria que pagar pelos crimes que cometeu?
Lendo a opinião do Sr. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, sobre o final da novela, destaco o seguinte trecho:
[...] A população brasileira vibrou com essa novela, que colaborou com certeza para desconstruir parte da homofobia nacional, mudando sua opinião em relação ao gay mau-caráter para vê-lo como um gay ser humano igual a qualquer outro com afeto, com tesão e com direito a através de um beijo na boca selar o seu amor romântico.
O que me surpreende na opinião do Sr. Mott é que parece que homoafetivos não deveriam ser consideradas pessoas normais, com qualidades e defeitos, que talvez estes estariam isentos de qualquer punição pelo fato de serem homoafetivos. Para mim pouco importa se é hétero ou homo, branco ou negro, pobre ou rico, ou o que for, se cometeu um crime, deve ser julgado!
Será que Félix deveria ter o perdão de todos os seus crimes por ser homoafetivo ou deveria ser julgado por estes, independente de sua homoafetividade. Segundo advogados, Félix poderia pegar até 76 anos de cadeia caso fosse levado a Justiça. Ai alguém poderia perguntar se as outras personagens que cometeram vários crimes deveriam ir para a cadeia também né? E respondo com um sonoro: Claro! Todas as pessoas que cometem crimes devem ser punidas, mas novela é ficção e ninguém se importa que Félix tenha cometido crimes e não tenha sofrido as punições cabíveis, o mais importante é que ele beijou seu companheiro no final e conseguiu o amor do pai, até então homofóbico escancarado.
As pessoas que se preocupam com as mensagens que são passadas pelas novelas as vezes se esquecem desses detalhes. Qual é a mensagem que fica dessa história toda? A mensagem que pode ficar é a de impunidade! Quantos crimes foram cometidos na novela toda? Quantos foram investigados e julgados? Quantos foram condenados? Quais foram suas penas? Se bem me lembro só o Ninho ficou preso! Bem, a Aline tinha dinheiro de sobra para ajudar a subornar os guardas da prisão, e acabou morrendo na cerca eletrificada durante a tentativa de fuga, então a mensagem que ela deixa é a de que se gaste o dinheiro para sair pela porta da frente, é mais seguro.

Rede Globo, de vilã a heroína, pelo menos durante alguns segundos... e tudo por causa de um único beijo! 
Uma das coisas mais engraçadas nessa história toda, fora a histeria de ambos os lados por certos detalhes, alguns destes que comentei aqui no texto, é a parte sobre o papel da Rede Globo nisso tudo. Sério, foi muito engraçado ver alguns que falam que a Rede Globo manipula as pessoas, se emocionando com a cena do beijo, falando que foi histórico, que foi uma vitória e blá blá blá. Não sei se esses militantes conseguem enxergar a hipocrisia nas próprias palavras, mas do jeito que são, já devem estar acusando a Rede Globo de ser manipuladora, de querer dar um golpe de Estado e todo aquele mimimi chato e cansativo de novo.
E para registro, a Rede Globo tinha três opções para a cena, e escolheram a do selinho. A dúvida que me resta é, vão ficar pentelhando a Rede Globo para ter mais beijos ou já se contentaram com esse ai? Vão ficar enchendo o saco com o papo de manipulação e no próximo beijo vão se emocionar e esquecer o discurso de manipulação da população durante a cena? Mostra beijo entre personagens homoafetivos não seria manipulação da população?
Por mim, se tem casal homo, mostra a relação direito, com direito a vários beijos e se tiverem coragem e couber no contexto da história, com direito a cenas mais quente! Ou casais homo são pessoas tímidas que não se beijam na boca nem quando estão sozinhas em casa?

Antes que alguém me chame de homofóbico!
Assim como não sou de assistir muitas novelas, também não sou de acompanhar séries de TV. Mas lembro de assistir alguns episódios de duas séries com temática homoafetiva. As séries foram Queer as Folk e The L Word, a primeira com ênfase em gays e a segunda em lésbicas, ambas abordavam o dia a dia, problemas de relacionamento, preconceitos e outros temas.
Logos, respectivamente, de Queer as Folk e The L Word.
Fonte: Reprodução/Internet (Adaptada).
Assisto filmes sobre o assunto, frequentei festas voltadas ao público LGBT e tenho amigos homoafetivos, odeio esse clichê de usar os amigos, pois são meus amigos independentes dos rótulos que a sociedade necessita para tentar "entender" a pessoa. E vejo que a vida poderia ser muito fácil se as pessoas não se importassem com um fato que não deveria importar a mais ninguém, a não ser a pessoa.
Assim como não gosto que se metam na minha vida, não fico me metendo na vida alheia, cada um tem a sua e sabe o que é melhor para si. Sou a favor das liberdades individuais e igualdade de direitos entre as pessoas, independente de gênero, etnia, "orientação sexual" e afins. Por mim, podem andar de mãos dadas, se beijar, se unir, ter filhos e tal, como qualquer cidadão, a única coisa que não aceito é forçação de barra, pessoas têm todo o direito de achar que homoafetivos vivem em pecado e todo aquele blá blá blá religioso ou não, e falar isso abertamente, pois isso faz parte da liberdade de expressão. Ninguém é obrigado a aceitar, mas mesmo não aceitando é necessário ter certo respeito, talvez alguns não saibam o significado desta palavra, nesse caso recomendo que se afaste da pessoa e a deixe falando sozinha. E por favor não se esqueçam que se opor e/ou não aceitar não pode ser confundido com homofobia, por mais que os argumentos para se opor sejam idiotas, homofobia, assim como alguns crimes de ódio tem uma série de requisitos para serem caracterizado e validados como crimes.
E como demorei um pouco para finalizar o texto, acabou que o pessoal do 5 Alguma Coisa lançou um vídeo sobre o assunto e achei muito legal, muito divertido e deixo-o para finalizar o texto com um pouco de humor sobre o assunto.

* - Enquanto alguns preferem ficar na guerra entre homossexualismo e homossexualidade, prefiro o termo homoafetividade por entender que um relacionamento entre pessoas contém mais aspectos do que o aspecto restrito ao cunho sexual. Mas cada um usa o termo que julgar melhor.
E não me venham com aquele papo de que ~ismo é para doença, a não ser que tenha ótimos argumentos para explicar o porquê de feminismo não ser considerado doença por conter ~ismo. Podem tentar apelar para a história de que homossexualismo era utilizado em determinada época como referência a doença, mas ai pergunto se ainda estamos naquela época ou já avançamos? Então, se a pessoa tentar demonstrar que a homossexualidade é uma doença, o problema seria a palavra utilizada ou o pensamento errado sobre o tema?
Outra coisa, o preconceito das pessoas podem continuar existindo mesmo que falem homossexualidade. Assim, mais importante que a palavra utilizada, é a forma que as pessoas se expressam. E utilizar uma palavra ou expressão "politicamente correta" não vai acabar com o preconceito das pessoas.