segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ela manda em tudo, mas não sabe de nada

O lema da campanha de Dilma Rousseff era "Governo novo, ideias novas", mas nada mudou após a posse! Pelo contrário, está cada vez pior! Dilma possui uma característica marcante, ela é centralizadora! Para alguns esta característica é boa, e ao opinar acabam por demonstrar um pouco da guerra midiática que o governo trava, através dos "progressistas", com a imprensa, por enquanto livre, porém dependente de certa forma da propaganda do governo.
Aparentemente Dilma conseguiu escolher os ministros de acordo com sua vontade, aqueles que cabia a ela escolher dentro do loteamento político da Esplanada dos Ministérios. Algumas escolhas não agradaram alguns partidos, políticos e até movimentos sociais e financiadores de campanha, foi o caso da escolha de Kátia Abreu para o Ministério da AgriculturaLula liberou senadores e deputados do PT a fazer críticas que julgarem necessárias, pedindo que fossem feitas sem constrangimento a presidente. Alguns membros do PMDB, já na posse, articulavam-se para uma "rebelião".
Porém, esse post não é para comentar sobre o futuro "fogo amigo" que Dilma enfrentará em seu segundo mandato, mas sobre o seu péssimo defeito político, o de não conseguir delegar nenhum poder aos seus ministros.

39 ministérios e vários interesses
Dilma e seus 39 ministros
Fonte: Wilson Dias/Agência Brasil
Dilma tem 39 ministérios sob seu comando, a princípio as decisões políticas são de sua responsabilidade. Alguns partidos querem ministérios importantes pelos orçamentos bilionários que possuem. E não podemos esquecer dos cargos do segundo escalão! E que fique claro, isso tudo é um jogo de poder político, não pelo bem do país! A política no Brasil tende a ser podre e pouco se importar com o povo, por mais que no discurso seja diferente.
Bem, voltando. Ao que parece, quem manda nas macropolíticas é a Dilma. E isso fica bem claro em alguns momentos. Vejamos alguns exemplos:
Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, declarou que haveria mudança na regra de reajuste do salário mínimo, o que não agradou em nada a presidente Dilma e mandou que ele divulgasse uma nota desmentindo as afirmações e dizer que nada mudaria, como pode ser visto na nota assinada pelo ministro e divulgada:
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, esclarece que a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente. Essa proposta requer um novo projeto de lei, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional ao longo deste ano.
Talvez essa questão com o Nelson Barbosa responda a dúvida de algumas pessoas quanto a autonomia dos ministros no governo Dilma.
Ao assistir a entrevista de Cid Gomes, ministro da Educação, ao programa "Bom dia Brasil", da rede Globo, percebi que ele cometeu alguns deslizes. Logo em sua primeira fala temos: "(...) O meu papel, ao longo desse mandato como presidente (sic), é seguir orientações da presidenta Dilma, (...)". Ao ser questionado sobre a avaliação de professores, Cid Gomes vai respondendo e solta mais uma: "(...) Então, tudo que for de programa, que for implementado, seguindo a orientação da presidenta Dilma, eles devem ter, como premissa fundamental, a voluntariedade. (...)". Em outro momento temos mais uma confissão de quem manda é a Dilma: "Eu sigo orientações. Todas as missões que tive até hoje eu era o chefe do Executivo. Agora eu sou um auxiliar da presidente Dilma. Tenho que cumprir, em primeiro lugar, compromissos que ela assumiu, (...)".
Ou seja, a Dilma manda e eles obedecem. Assim, se algo der errado, de quem será a culpa? Do ministro ou da presidente? Bem, o tempo se encarregará de dar essas repostas, até para aqueles militantes que negam qualquer possibilidade.

Dilma, de "gerenta" a "presidanta" ... que não sabia de nada
Enquanto ministra, Dilma foi nomeada por Lula como gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve sua segunda fase, o PAC 2, lançada em 2010 para servir de vitrine para a primeira candidatura de Dilma a presidência. Porém, nenhum dos dois programas foram concluídos. Mas isso não impediu Dilma, agora como presidente, de lançar o PAC 3 no ano passado.
Mas porquê estou falando sobre o PAC? Bem, como vimos, Dilma gosta de controlar tudo. Alguns dos projetos da primeira fase do PAC, são a usina hidrelétrica de Belo Monte, a transposição do rio São Francisco e a refinaria Abreu e Lima, e não preciso dizer que tais projetos estão superfaturados e não foram concluídos?
Bem, alguém poderia alegar que Abreu e Lima já está operando, mas não poderá negar que a refinaria não está totalmente concluída. Mas o que me interessa é que a obra faz parte das investigações da Operação Lava Jato. Outro fato é que Dilma foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010.
Aqui temos o porquê da segunda parte do título desse post! Como é possível uma pessoa que gosta de centralizar e demonstrar que manda em tudo, não saber de nada do que acontece? É praticamente impossível que Dilma não tenha conhecimento do que acontece, ainda mais sendo tão próxima de Graça Foster ao ponto de defendê-la e afirmar que a demissão é desnecessária.
Neste ponto Dilma é diferente de Lula, porque Lula possui uma grande força política e consegue delegar tarefas, com isso, pode alegar que não sabia de nada. Foi o que aconteceu no Mensalão, com isso só podemos ficar nas suposições, já que seus subordinados nunca entregarão o chefe.
Para Dilma só existe duas soluções, e para os que gostam do estilo de comando da "presidenta" nenhuma delas deve ser viável. A primeira é assumir que que não sabia realmente de nada e receber o título de incompetente sem reclamar. Já a segunda é assumir que sabia, mas que se fez de "João sem braço" para pegar os corruptos. O problema da segunda opção é que vai queimar tanta gente que é mais fácil ela ir para a fogueira primeiro.

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